domingo, 28 de agosto de 2011

domingo, 12 de junho de 2011


Vai um crédito aí?

O mercado de fotografia sofreu uma grande mudança nos últimos dez anos com a tecnologia digital. Antes era uma mercado restrito, pouco acessível para quem queria entrar, equipamentos caros, uma distância maior entre profissionais e amadores e poucas opções de formação técnica. Hoje temos equipamentos bons com valores mais acessíveis, vários cursos de formação (se bem que alguns com de qualidade bem ruim), muitas revistas e livros voltadas para o ramo, também feiras e congressos.
Mas, se por um lado toda essa transformação foi muito boa para quem queria fazer boas fotos com bons equipamentos e linguagem profissional. Por outro lado parece que a foto em si perdeu o seu valor, já que “qualquer um” pode fazer. Explico melhor. Fotografia faz parte da história individual, familiar, social e essa história precisa ser preservada. E como as pessoas estão preservando suas imagens? Estão apenas deixando nos HDs, CDs entre outros meios de armazenamento. Poucos imprimem suas melhores fotos (muitos amigos fecharam seus labs ou migraram para outros segmentos). Os disquetes não existem mais, os CDs ou DVDs não são tão confiáveis, os HDs serão substituídos no futuro por memórias flash. Como nossos netos e bisnetos irão acessar nossas imagens? 
Com o boom digital, e a oferta de equipamentos e “profissionais”, as empresas de comunicação e de propaganda seguiram a máxima capitalista, isto é, focar no lucro, no lucro e mais do que nunca no lucro. Para atingir seu objetivo cortaram custos. E o que tinha se tornado “mais fácil” de fazer e com mais “profissionais” fazendo? A fotografia. A publicidade, que tinha orçamentos astronômicos, passou a oferecer muito menos. Jornais e revistas demitiram muitos fotógrafos, passando a trabalhar com free lancers e bancos de imagens( na sua maioria internacionais), quando não extinguiram seus departamentos de fotografias. A fotografia de moda não acompanhou o crescimento do setor, no que diz respeito a lucros. Muitos fotógrafos migraram para o “patinho feio da fotografia”, a social. Foram fotografar casamentos juntos com uma legião de neo profissionais e aventureiros.
O resultado é um mercado que a cada dia paga menos, com muitos fotógrafos aceitando trabalharem quase de graça (ou totalmente), em troca de ter seu crédito em jornais/revistas ou seu nome veiculado a uma campanha publicitária. Para aprenderem a fotografar, aceitam fazer o casamento da prima, amiga, amiga da amiga, como se casamento fosse o momento de treinar. Para esses “profissionais” a carreira é curta. Não colocam na ponta do lápis que seu sustento sairá da fotografia. E para se manterem, terão que cobrar o justo. Que nem sempre querem pagar, pois tem sempre alguém que aceita fazer por bem menos.
Para relatar bem o momento tenho uma história interessante . Há três anos atrás, fui fazer uma foto em uma escola infantil. Uma garotinha, acho que tinha entre seis e sete anos, se aproximou e perguntou: Tio  você é fotografo? Respondi que sim. Então ela sorriu e me disse: Eu também.

segunda-feira, 16 de maio de 2011





São Paulo noturna

A São Paulo á noite fascina. Quantas luzes, quantas histórias, quantas reflexões. Nos faz esquecer até um pouco o caos, para dá lugar a beleza. Que frio, quantos passando frio. Muitos estão indo dormir, mas muitos estão indo trabalhar. Essa é a São Paulo que amamos, que odiamos e que vivemos. Mas, que nunca pára.

terça-feira, 29 de março de 2011


Morre Thomaz Farkas

Morreu na última sexta-feira, aos 86 anos, de falência múltipla dos órgãos, Thomaz Farkas, um dos grandes nomes da fotografia brasileira. Tive a oportunidade de conhecer “Seu” Thomaz, como era conhecido,  em 1994 quando trabalhei no laboratório da Fotoptica. Me recordo quando passamos juntos uma tarde inteira na câmara escura fazendo suas ampliações, manuseando negativos que são verdadeiras relíquias e, claro, aproveitei para aprender algumas lições com o mestre. Todo jovem fotógrafo precisa conhecer sua obra, a fotografia brasileira não deve ser contada sem o reconhecimento de um dos seus pioneiros, incentivador e referência. Obrigado “Seu” Thomaz.

quarta-feira, 9 de março de 2011


As 100 mais

A National Geographic Brasil, lançou uma edição especial de colecionador com as 100 melhores fotos. Item obrigatório para todo fotógrafo que aprecia uma boa foto. A edição foi realmente bem feita, e além do lado estético das fotos da National que não se discute, as fotos contam histórias que emocionam e comovem. Por um preço razoável, eu recomendo ter essa edição, guardar, apreciar, inspirar e ter como referência.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Profissão fotógrafo

Posso dizer que tive o privilégio de ainda jovem decidir a profissão que gostaria de trilhar na minha vida. Sendo o mais novo da família, tinha o exemplo de meu pai e dos meus irmãos que seguiram o caminho da fotografia. Oportunidades apareceram de diferentes profissões, algumas até com uma melhor remuneração. Começo esse post lembrando isso, para dizer que entre as principais características de um bom fotógrafo é está fazendo aquilo que gosta. Amar fotografar. Somos feliz quando fazemos aquilo do qual gostamos. E como pessoas felizes, refletimos toda a alegria e nos dedicamos mais e mais naquilo que nos torna feliz.

Seja ético. Não importa que muitos agem de forma diferente, seja sempre ético nas suas relações, com quem você fotografa ou com o quê você fotografa. Respeite as diversidades culturais evitando qualquer tipo de preconceito, principalmente das minorias. Nas relações profissionais entregue ao cliente o que foi combinado e nunca o decepcione. Se não for capaz de oferecer o que o cliente deseja, não prometa, não aceite o trabalho.

Aprenda. Sempre busque o aprendizado constante. Conheça sobre história, povos, culturas e principalmente sobre arte. Leia, estude, pesquise, visite museus, bibliotecas, locais históricos e grandes artistas. Isso vai ajudar e muito no desenvolvimento de uma linguagem fotográfica mais artística e criativa. Se for, por exemplo, contratado para fotografar uma antiga e histórica estação de trem ou uma pessoa importante da sociedade, com certeza fará melhores fotos se tiver informações do local ou personagem que irá fotografar.

Domine a técnica. Conheça primeiro o básico, muitos fotógrafos nem conhecem a história da fotografia e se perdem em fotos por deixarem de lado princípios básicos. Leia sobre e conheça as fotos dos grandes fotógrafos, temos muito o que aprender com eles. Não precisa gastar muito com isso, visite bibliotecas,  livrarias e a internet, desde que sejam sites com informações corretas. Esteja atento a industria fotográfica e seus lançamentos, mas não saia comprando tudo que surge só para se manter “atualizado”. Compre apenas o que necessita e reflita bem se realmente precisa daquele equipamento para fazer uma boa foto. O marketing das grandes empresas seduzem muitos fotógrafos à comprarem em muitos casos equipamentos não tão necessários assim.

Se possível, no início, trabalhe como assistente de algum fotógrafo. Isso lhe trará conhecimentos práticos, melhor ainda se for na área que deseja atuar. Simultaneamente procure fazer um bom curso de fotografia, mas não se deixe enganar por cursos que ensinam pouco e mais estão interessados no seu bolso. Pesquise sobre a confiabilidade do curso, quem são os professores e fale com alguém que já fez aquele determinado curso.

Como profissional lembre que precisará ter uma visão empresarial da fotografia. Para que seja valorizado e respeitado profissionalmente pelos outros, precisarás primeiro se valorizar. Respeite a concorrência, aprenda com ela, não busque copiar, mas fazer melhor. Reconheça o valor dos outros. Conheço fotógrafos que acham suas fotos as melhores do mundo, mas o mundo não acha o mesmo. Seja humilde, seja determinado, busque se superar e surpreender. Não tenha só uma visão romântica da fotografia, no seu caso ela será bussines, ou seja, dela sairá a sua sobrevivência e da sua família. Paralelamente aos negócios, procure fazer um projeto fotográfico autoral, de preferência que ajudará pessoas. Esse não é um manual completo, mas algumas dicas que talvez ajude.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quem é fotografo profissional?


Muitas vezes somos questionados sobre como diferenciar um fotógrafo profissional de um fotógrafo amador. Legalmente a profissão não é regulamentada. Tramita na Câmara dos Deputados em Brasília o Projeto de Lei 5187/09, do deputado Severiano Alves (PMDB-BA) já aprovado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público que agora será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Para entender melhor o projeto acesse: http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=433437

Lei à parte vamos entender na prática. Se define fotógrafo profissional aquele que exerce essa profissão como principal atividade profissional, obtendo dela remuneração para sua manutenção. Porém, a fotografia, como a pintura, o artesanato entre outras artes, é praticado como hobby por muitas pessoas e também como atividade secundária. O que deixa muitos confusos na hora de contratar um fotógrafo é: Como contratar um fotógrafo que garante um serviço de qualidade?

Para responde a essa pergunta é necessário deixar claro alguns pontos. A fotografia é a interpretação de uma realidade segunda a visão de quem está fotografando. Nessa visão estão agregados valores técnicos e principalmente estéticos que se diferenciam de acordo com o fotógrafo, sua cultura, conhecimento e modo de pensar. Portanto, para atender as suas expectativas da realização de um bom trabalho, é necessário conhecer o artista, no caso o fotógrafo (se a fotografia é arte, é uma outra questão muito discordante), no qual estará contratando.

Temos mitos que caem com o tempo. É Possível um fotógrafo hobbista “amador” fazer uma foto melhor que um profissional? É resposta é sim! Assim como existem muitos fotógrafos “profissionais” que se acomodam com o tempo paralisando assim seu processo criativo ou aqueles que se especializam em um só tema e não ousam se arriscar em outras áreas. Com isso quero dizer, uma foto macro de insetos feita por um fotógrafo que tem como hobby esse tipo de foto talvez ficará bem melhor que a foto feita por um fotógrafo profissional que cobre esportes.

Mesmo levando em consideração a experiência de anos de um fotógrafo, esse não é o fator determinante que fará uma linda foto. Conheço muitos fotógrafos da minha época (já que ouço que sou da época do filme e do laboratório rs) que hoje são limitados por não se atualizarem na mesma velocidade que a fotografia digital com seus softwares e as novas tendências do mercado. Vemos surgir a cada dia jovens talentos com trabalhos criativos e surpreendentes. Na próxima postagem tratarei de pontos que ajudam a profissionalização de um fotógrafo.